Se tivesse de facto algo a dizer sobre o tema da raça, Obama tê-lo-ia dito de forma mais breve e, sobretudo, mais clara.
A sua preocupação central é descolar-se da questão racial para agradar a brancos, hispânicos e asiáticos, sem todavia desfazer as ilusões dos negros na sua candidatura. Um difícil exercício de equilibrismo, como se vê.
O ponto alto do discurso foi aquela frase em que recordou que a sua avó tinha receio de se cruzar com negros na rua. Se non è vero, è ben trovato. Muito bom.
Quanto ao resto, ficámos a saber que Obama aceita, no essencial, a ideologia oficial americana, tal como é inoculada nos programas da Oprah Winfrey: se uma pessoa é pobre, discriminada ou oprimida, algum mal há-de ter feito; está nas mãos dela salvar-se com a ajuda do Senhor.
19.3.08
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