As importações voltaram a crescer acima (e muito acima) das exportações no último trimestre de 2007, invertendo a tendência dos dois últimos anos. Foi o suficiente para que o desequilíbrio da balança externa se situasse nos 8,6% do produto, uma situação equivalente à da Espanha e muito mais grave do que a dos EUA. Nenhum progresso, portanto, em relação a 2006.
Como o investimento directo estrangeiro permaneceu muito baixo, voltou a aumentar o endividamento face ao estrangeiro. Isso só não seria muito grave se ele tivesse servido exclusivamente para financiar a aquisição de máquinas e equipamentos, isto é, se representasse uma promessa de produção futura. Mas não parece ter sido o caso.
Parece claro, portanto, que a aceleração do crescimento do produto no último trimestre de 2007 desencadeou imediatamente um agravamento do desequilíbrio externo. Parece que, na actual conjuntura internacional de incerteza e contenção, a economia portuguesa está condenada a crescer abaixo dos 2%.
A única boa notícia é que, estando uma parte significativa da dívida externa titulada em dólares, a sua desvalorização implicou uma desvalorização da dívida.
Seja como for, uma coisa é certa: o governo não poderá reduzir os impostos antes das eleições de 2009, sob pena de agravar ainda mais a situação por via do fomento das importações.
11.3.08
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