Sejam ou não as opiniões da Confederação Nacional de Pais (Confap) condicionadas pelo subsídio que desde 1997 recebe anualmente do Estado, do que não há dúvida é que a credibilidade do seu apoio à Ministra da Educação sai muito enfraquecida da divulgação pública do facto.
Em Portugal, inúmeras associações empresariais, sindicais, estudantis, culturais e recreativas subsistem quase essencialmente dos financiamentos mais ou menos discricionários que recebem do Estado. Convertem-se, por essa via, em órgãos informais do seu aparelho.
Daí resultam múltiplos inconvenientes.
Primeiro, é subvertida a lógica de funcionamento de uma democracia liberal, a qual pressupõe um razoável grau de autonomia dos cidadãos e sua auto-organização face ao Estado.
Segundo, não sendo as associações financiadas pelos seus "associados", é menor o incentivo para que fiscalizem a utilização dos dinheiros ao seu dispor e é favorecida a constituição de camarilhas que se perpetuam no comando das organizações desta simulada sociedade civil.
Terceiro, o dinheiro que deveria servir para acudir aos cidadãos necessitados é desviado em proveito de uma peculiar classe de empreendedores especializados no assalto ao orçamento geral do estado.
Eis uma matéria em que eu gostaria de ver um compromisso entre os nossos partidos políticos tendo em vista o progressivo e implacável desmantelamento deste sistema.
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