Um amigo chamou a polícia por telefone para pôr termo a um desacato na sua rua à uma da manhã.
Resposta do lado de lá: "Não podemos mandar ninguém porque não temos aqui nenhum carro-patrulha".
Como o meu amigo lhe fizesse ver que a ocorrência tinha lugar a apenas duzentos metros da esquadra, não sendo por isso necessário virem de carro, o polícia prometeu que iria ver o que seria possível fazer.
Cansados de tanta desordem, os desordeiros retiraram-se um quarto de hora depois, e toda a gente foi dormir.
Passada uma hora, tocaram à campainha da casa do queixoso. Era a polícia que finalmente chegara e que o acordava para saber que era feito dos prevaricadores.
O que mais me impressionou nesta história foi o profissionalismo do atendimento telefónico. Quando eu quiser assaltar um banco, ligarei primeiro para a esquadra inquirindo se têm um carro-patrulha à mão. Caso não haja veículo, fico a saber que posso avançar com segurança.
Portugal tem mais polícias por habitante do que qualquer outro país da Europa Ocidental, o que explica que depois não haja dinheiro para carros e demais equipamento.
Onde estão então tantos polícias, que ninguém os vê? Até ontem, eu suspeitava que se encontravam barricados nas esquadras empenhados em assegurar a sua protecção. Sei agora que, afinal, também não estão lá.
Solução de Paulo Portas, a que o actual Ministro aderiu, apoiado pelos sindicatos do sector: contratar mais polícias. Se eu fosse bandido, ficava preocupadíssimo.
29.4.08
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