21.11.09

Toda a gente a dormir

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A British Airways está entre as maiores transportadoras aéreas nas ligações entre a Europa e a América do Norte e Central. A Ibéria domina o tráfego aéreo no Atlântico Sul. Foi anunciada a fusão das duas.

Um porta-voz da TAP assegura que a transportadora nacional não será afectada pela operação. O Expresso de hoje concorda: "Fusão anglo-ibérica não afecta Portugal". (Será isto uma notícia?)

Portugal sempre foi historicamente o aliado ibérico preferencial do Reino-Unido em tudo o que respeita ao Atlântico Sul. Neste caso, porém, foi posto de parte.

A localização geográfica do país só não será irremediavelmente periférica se funcionar como plataforma de articulação com outros espaços. No caso do transporte aéreo, esses espaços só podem ser a África e a América do Sul.

Como pode alguém pretender que, isoladamente (ou melhor, desintegrada de uma aliança que reforça a sua posição no espaço atlântico), a TAP tem condições para competir com êxito contra a Ibéria e a British Airways associadas?

O problema da orientação estratégica da TAP arrasta-se há anos sem que o assunto mereça a atenção devida da opinião pública, dos partidos ou do governo. Não resta muito tempo nem muita margem de manobra.
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4 comentários:

André Serpa Soares disse...

A sua opinião poderia ser certeira, se não enfermasse de um erro de base: na realidade, a TAP integra a nmaior aliança mundial de companhias de aviação, que dá pelo nome de Star Alliance, e é o "barço armado" desta aliança para a América do Sul e, em menor escala, também para África. A fusão BA/Ibéria nada acrescenta ou retira ao papel da TAP dentro da Star Alliance.

João Pinto e Castro disse...

Como talvez imagine, eu estou a par da integração da TAP na Star Alliance.
O que eu digo é o seguinte:
1. É absurdo dizer-se que a fusão não acrescenta nada à aliança já existente entre a Iberia e a BA.
2. É absurdo dizer-se que a posição da TAP não é afectada pela fusão entre a Ibéria e a BA.
3. É absurdo dizer-ser que o problema já está resolvido pela integração da TAP na Star Alliance.
Acrescento agora:
1. Parece-me evidente que o tempo das meras "alianças" já passou.
2. Portugal tem tido um papel muito passivo neste domínio, por razões que todos mais ou menos entendemos.

André Serpa Soares disse...

Caro João Pinto e Castro,
Permita-me também esclarecer e acrescentar:
1 - Seria obviamente absurdo afirmar que "a fusão não acrescenta nada à aliança já existente entre BA e Ibéria". Se ler bem, verá que eu escrevi que essa fusão "não acrescenta nada ou retira ao papel da TAP dentro da Star Alliance."
2 - Foi o próprio JPC que escreveu "Como pode alguém pretender que, isoladamente (ou melhor, desintegrada de uma aliança que reforça a sua posição no espaço atlântico), a TAP tem condições para competir com êxito contra a Ibéria e a British Airways associadas?", pelo que é legítimo imaginar que não estivesse a par que a TAP integra a Star Alliance.
3- A TAP é aliada da Lufthansa, por exemplo, que é, só por si, maior que a BA+IB.
4- Fora as generalidades não fundamentadas, a que problema concreto, afinal, é que alude? Lamento, mas fico sem perceber.
5- A privatização da TAP é desejável e urgente,mas não deve ser incondicional.
6 - Obrigado por me permitir a utilização deste seu espaço. "I rest my case".

João Pinto e Castro disse...

Só uma precisão: eu não disse nada sobre a privatização da TAP ser "desejável e urgente", basicamente porque não tenho uma opinião formada sobre o assunto.
Não tem nada que agradecer. Será sempre bem vindo.