5.1.10

Mas querem mesmo saber?

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Estou em crer que é melhor alguma participação dos cidadãos do que nenhuma, mas às tantas já nem sei.
Do alto da sua bondade, a Câmara Municipal de Lisboa disponibilizou 5% do seu orçamento para iniciativas que coloca à votação dos cidadãos na internet. Sucede que, até ao momento, pouco mais de 700 opinaram.
Esperem aí. Mas o que fez a Câmara para estimular a participação dos lisboetas? Eu recordo ter ouvido vagamente alguma coisa sobre o assunto, mas só ontem, com o post do João Galamba, verdadeiramente entendi o que é o "orçamento participativo". Serei só eu que ando mal informado?
Como é que o município divulgou a iniciativa? Pôs um banner no Sapo? Recorreu ao AdWords? Informou os bloggers? Tuitou? Quando? Não vi.
Depois, sugiro que vão à página do "orçamento participado" e tentem perceber como funciona. Contem quantas vezes têm que clicar e quanto tempo demora descobrir como se participa e quais as regras da votação.
A coisa está feita para desanimar os amadores, de forma que, dos 700 e tal votantes, uma clara maioria deve ser de funcionários da Câmara, provavelmente do departamento que promoveu a iniciativa.
Eu sou um municípe minimalista, só queria saber se havia alguma proposta para pintar as faixas de rodagem e as passadeiras para peões. Não havia, vim-me embora.
Mas a questão ficou comigo: será que a CML quer mesmo saber o que pensam os metecos que habitam a cidade?
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