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Não faz qualquer sentido encarar o nosso actual endividamento externo como um problema especificamente português.
Primeiro, porque, demagogias à parte, a causa imediata do seu agravamento reside na crise financeira internacional. Segundo, porque é comum a uma série de países que reúnem entre um terço a um meio da população europeia. Terceiro, porque a nossa situação está longe de se encontrar entre as mais graves.
Ao contrário do que se passava em 2004, não estamos desalinhados dos nossos principais parceiros económicos. Estamos no mesmo barco que eles enfrentando a mesma tempestade.
O que isso significa é que ou haverá uma solução conjunta para esses males - ou não haverá solução.
Toda a conversa sobre as duas crises (uma especificamente nossa, outra internacional) carece de sentido, porque, neste momento, ninguém de facto sabe se a especificamente nossa estará hoje pior, igual ou superada.
A apocalíptica mensagem de Ano Novo de Cavaco Silva prova, assim, que o mais grave problema do país não é económico, mas de liderança. Nem o Governo nem o Presidente da República se revelam capazes de mobilizar os portugueses para enfrentarem a situação presente.
Se eles fizessem a parte deles, nós tratariamos de fazer a nossa. Mas, pelos vistos, não se pode contar com isso.
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4.1.10
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