7.1.10

Participação 2.0

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Voltando ao tema do orçamento participativo, tenho uma boa e uma má notícia para a Câmara Municipal de Lisboa.

A boa é que uma parte dos munícipes já se envolve bastante na discussão da política camarária. A má é que não o faz nos termos que, pelos vistos, a Câmara mais aprecia.

Refiro-me, claro está, ao que se passa no "submundo da blogoesfera" (para recuperar a expressão imorredoira de António Costa), mas, também, ao debate que por outros meios se trava na net.

Se os nossos eleitos estivessem atentos, saberiam que existem há vários anos diversos blogues dedicados a Lisboa, alguns deles em exclusivo. Conheceriam também que, volta e meia, rebentam por aqui polémicas acesas sobre temas importantes para o futuro da cidade - valha como exemplo o novo cais de contentores em Alcântara.

Na Web 1.0, as instituições com recursos e organização para tal criavam sites para falar ao povoléu, ao qual, no melhor dos casos, era permitido porem umas cruzinhas para votar nisto ou naquilo. A Câmara Municipal de Lisboa e o seu orçamento participativo ainda estão nessa fase, o qua vale por dizer que vêm com quase uma década de atraso.

Agora, com os blogues, o twitter, as redes sociais e sabe-se lá mais que instrumentos do demónio, os cidadãos pronunciam-se livremente sobre a localização do novo aeroporto, a utilidade das ciclovias ou a introdução de portagens rodoviárias na cidade, deixando de bom grado as minudências ao arbítrio da burocracia municipal.

Sabiam? Se calhar, não.

De modo que o melhor que a municipalidade poderia fazer seria organizar-se para ouvir e, a partir daí, entabular um diálogo connosco na net. O Twitter, em particular, é uma excelente ferramenta para rapidamente se tomar conhecimento do que preocupa os lisboetas no seu dia a dia.

Querem tentar? Não dói nada.
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