10.1.11

Não se pode deitar fora o bolo e perdê-lo

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A competição pelas más notícias é tão intensa que não é raro os seus mais dedicados praticantes tropeçarem nos próprios pés.

Um investigador alvitrou recentemente a possibilidade de na última década terem emigrado entre 700 e 900 mil portugueses. A partir desta hipótese, resmas de Cassandras teceram de pronto uma narrativa catastrófica relacionando essa fuga para o exterior com o "empobrecimento" do país. Alguns comentadores mais azougados viram mesmo um paralelo com a emigração massiva ocorrida nos anos 60.

Veremos se a estimnativa se confirma. Afinal, dentro de breves meses o Censo dir-nos-á com razoável rigor qual é a actual população do país.

Entretanto, convém lembrar que, se formos hoje menos 7 a 9% que em 2010, o produto per capita terá variado positivamente numa proporção quase igual. O que significaria que, afinal, teriamos convergido significativamente com a UE a 12 em vez de divergir.

Restaria então explicar porque é que haveria tanta gente a abandonar um país cada vez mais rico tanto em termos absolutos como relativos.

Ai, ai. A vida é difícil até para os tele-economistas.
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