25.1.11

Política chucha

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Como bem mostra Helena Garrido no seu editorial de hoje, a nova lei que reduz e limita as indemnizações por despedimento não faz qualquer sentido do ponto de vista económico.

Ouvindo ontem a ministra fiquei com a distinta impressão que o propósito central do exercício é equiparar Portugal à Espanha, de modo que deixe de ser possível dizer-se que somos o país com condições mais generosas para os trabalhadores despedidos.

A ser assim, a manobra é duplamente falhada. Deixar de ser o último (ou o primeiro, dependendo da perspectiva) para passar a ser o último ex-aequo não determina qualquer alteração do ponto de vista perceptual.

A comunicação funciona pelas diferenças, pelos opostos, pelos contrastes. Ora, precisamente, nas novidades ontem anunciadas nenhum factor estimula o público a rearranjar o seu quadro mental no que a este tópico concerne.

Acresce que cada vez menos gente acredita que a chamada "rigidez" laboral tenha algum efeito dissuassor apreciável sobre o investimento, seja ele nacional ou estrangeiro.

Logo, não há público para esta mensagem, com excepção do punhado de magarefes que se regozija com qualquer iniciativa que tire mais algum direito aos seus assalariados.

Má política laboral, incompetente política comunicacional.
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