11.1.08

Desvarios do marketing político

Todos concordámos na altura que algo se passara no Iowa, embora ninguém soubesse muito bem o quê.

Podemos constatar, agora que assentou a poeira, que houve muita teoria para muito pouca evidência empírica, que é o método usual da especulação teológica.

No meio de todas as elucubrações que ouvimos nestes últimos dias, a mim fascinaram-me especialmente, talvez por deformação profissional, aquelas que se centraram na discussão de finas nuances de posicionamento dos candidatos ou estratégias de sentimentalização das suas campanhas.

Parece-me a mim que os eleitores não são tão estúpidos ou sequer inocentes como presumem os especialistas de marketing. O público americano conhece de gingeira Hilary Clinton há uma década e meia e o próprio Obama entra-lhes regulamente em casa nos últimos doze meses.

Gente cuja vida pública e privada é continamente submetida a um minucioso escrutínio não está em condições de fingir credivelmente ser aquilo que não é. Por isso acredito que o marketing político não passa de uma superstição de eficácia similar à dos maus olhados e promessas à Senhora de Aparecida.

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