Uma vez em cada ano acontece um post assim: penetrante, clarificador, definitivo. Refiro-me àquele que Carlos Vidal hoje doou ao mundo sob o auspicioso título "O que eu desejo para a esquerda em Portugal". Devidamente suportadas numa sólida base teórica fornecida por, entre outros, Badiou, Zizek e Agamben, eis as teses centrais do manifesto:
1. "Em primeiro lugar, devo dizer que - se me é permitido afirmá-lo em democracia - não tenho grande simpatia pelo regime democrático parlamentar."
2. "Penso que o maior inimigo da esquerda é o Partido Socialista. Com este PS a esquerda em Portugal não teve passado significativo nem terá qualquer hipótese de futuro."
3. "Solução: uma, por mim desejada, admito que irresponsavelmente - que este PS, debaixo da pressão de Manuel Alegre, e se este o quiser encetar, se fragmente irremediavelmente numa ala verdadeiramente de esquerda (e não anticomunista primária) e noutra ala centrista-liberal: o PS necessitaria de se fragmentar em dois partidos para que a esquerda em Portugal tivesse futuro."
4. "Por isso, por pretender o desaparecimento deste PS, é que ironizei preferir Bush a Sócrates."
5. "Que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português somem votações na casa dos 20 a 25% (não é impossível)."
6. "Para ser ainda mais claro, prefiro um PSD no poder e esta reconfiguração em movimento, do que este PS no governo e esta reconfiguração definitivamente sem hipóteses de andamento."
Conclui, modestamente, Carlos Vidal: "É uma opinião minha, eventualmente pateta". E quem sou eu para contrariá-lo?
17.11.08
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1 comentário:
Não espanta. O pagode só está calmo quando o PSD está no poder, tudo trabalha para isso. É assim que está-se bem e que deve ser a ordem natural das coisas. Para muita esquerda.
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