24.6.10

Nós por cá todos bem

.
O leitor está preocupado com a eventualidade de eleições legislativas a curto prazo em Portugal? Está indeciso sobre em quem votar nas próximas presidenciais? Inquieta-o a eventualidade de mais instabilidade política depois dessa eleição?

Não se rale. Nada disso tem a mínima importância para as nossas vidas em comparação com a anunciada nomeação de Axel Weber para a presidência do Banco Central Europeu.

Weber tem defendido incansavelmente nos últimos anos a prioridade do combate à inflação na zona euro, apesar de não se vislumbrar a mínima ameaça de inflação nos horizontes. Quer que as taxas de juro subam e que seja imediatamente suspensa a intervenção directa do BCE nos mercados monetários.

A direita domina hoje esmagadoramente as instituições centrais da União Europeia. Isso deve ser considerado normal, tratando-se de um mero reflexo da hegemonia que exerce nos governos europeus e também dos resultados das eleições do ano passado para o parlamento europeu.

Já é menos aceitável que se furte a assumir a responsabilidade das políticas económicas pró-cíclicas que favorece, refugiando-se atrás de órgãos pretensamente técnico-administrativos e apolíticos como a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.

A previsível indigitação de Weber como Presidente do BCE está a suscitar muita polémica nos EUA, compreensivelmente assustados com o que se está a passar, mas não na Europa.

O que pensam sobre isso os nossos partidos, o nosso governo e os nossos deputados europeus? Seria interessante sabê-lo.
.

Sem comentários: