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O leitor está preocupado com a eventualidade de eleições legislativas a curto prazo em Portugal? Está indeciso sobre em quem votar nas próximas presidenciais? Inquieta-o a eventualidade de mais instabilidade política depois dessa eleição?
Não se rale. Nada disso tem a mínima importância para as nossas vidas em comparação com a anunciada nomeação de Axel Weber para a presidência do Banco Central Europeu.
Weber tem defendido incansavelmente nos últimos anos a prioridade do combate à inflação na zona euro, apesar de não se vislumbrar a mínima ameaça de inflação nos horizontes. Quer que as taxas de juro subam e que seja imediatamente suspensa a intervenção directa do BCE nos mercados monetários.
A direita domina hoje esmagadoramente as instituições centrais da União Europeia. Isso deve ser considerado normal, tratando-se de um mero reflexo da hegemonia que exerce nos governos europeus e também dos resultados das eleições do ano passado para o parlamento europeu.
Já é menos aceitável que se furte a assumir a responsabilidade das políticas económicas pró-cíclicas que favorece, refugiando-se atrás de órgãos pretensamente técnico-administrativos e apolíticos como a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu.
A previsível indigitação de Weber como Presidente do BCE está a suscitar muita polémica nos EUA, compreensivelmente assustados com o que se está a passar, mas não na Europa.
O que pensam sobre isso os nossos partidos, o nosso governo e os nossos deputados europeus? Seria interessante sabê-lo.
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24.6.10
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