Não morro de amores pela ficção portuguesa contemporânea. O Saramago e o Lobo Antunes desinteressam-me e, daí para baixo, é sempre a piorar.
Talvez esteja a ser injusto. Espero bem que sim: se calhar não li quem devia ter lido, e, quando o fizer, mudarei de opinião.
Não desprezo os escritores portugueses, entenda-se, só me parece que os melhores se dedicam hoje primordialmente à crónica e não à ficção. Estou a pensar em gente como o Jorge Silva Melo e o João Bénard da Costa, dois dos que me enchem as medidas e me fazem ficar sempre a chorar por mais.
É também por isso que fico feliz por ter sido criado o Prémio da Crónica João Carreira Bom.
Ganhou este ano o Prado Coelho, e não ganhou mal, embora eu, como se infere do que atrás afirmei, tivesse preferido outro. Já houve tempo em que às vezes me irritava com o que o EPC escrevia, mas hoje estou muito mais tolerante e presto mais atenção às qualidades do que aos defeitos.
O meu outro motivo de alguma felicidade (poderei chamar-lhe assim?) é ver justamente recordado o João Carreira Bom, uma pessoa notável que não recebeu nunca o reconhecimento que merecia e o mais paciente amigo que alguma vez tive.
3.2.04
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