Tendo em conta:
1. Que o Estado não consegue cuidar devidamente das matas nacionais,
2. Que os proprietários não têm dinheiro para manter as suas florestas limpas,
3. Que os tribunais não dão seguimento atempado às queixas contra quem não cumpre a lei,
4. Que a GNR é incapaz de impedir os fogos de artifício,
5. Que não convém incomodar os emigrantes que querem conservar um pequeno pinhal como lembrança da terrinha,
6. Que os ecologistas só concordam que se urbanizem certos terrenos se as casas ficarem no meio da floresta,
7. Que o Instituto das Estradas não limpa de árvores os terrenos à volta das vias rodoviárias,
8. Que os municípios não cumprem a lei que fixa um espaço mínimo entre as povoações e a floresta
Tendo em conta tudo isso, digo eu, está-me a parecer que a forma mais eficiente de reordenar o território será deixar arder o que tem mesmo que arder.
Há só pequeno problema de pagar o justo pelo pecador.
Evidentemente, poder-se-ía considerar uma outra alternativa: encarar a ineficiência da prevenção e combate aos incêndios como um caso paradigmático da improdutividade do nosso aparelho de Estado e tomar a decisão de começar por aí a reforma da administração pública.
30.8.05
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