Aqueles que dos EUA conhecem um bocadinho mais do que Manhattan já sabiam há muito que aquilo a que impropriamente chamamos Terceiro Mundo é parte integrante da paisagem americana.
A profundidade e extensão da miséria que presenciei em Filadélfia e Baltimore, por exemplo, já não existe de todo nos países europeus mais desenvolvidos - nem sequer, aliás, em Portugal.
A América não gosta dos pobres - nem dos deles nem dos dos outros - porque presume que eles têm o que merecem: se são pobres, alguma coisa terão feito (ou deixado de fazer) que o justifica. Para o fundamentalismo evangelista, a pobreza é filha do pecado.
Outra coisa que deveria ser sabida, mesmo dos que apenas estiveram em Nova Iorque, é a má qualidade genérica das infra-estruturas e dos equipamentos públicos, fruto do desleixo a que foram votados na gloriosa era das presidências Reagan e Bush pai.
Valha a verdade que, desde então, houve uma notória inversão de atitudes, e que George W. Bush deu, nesse aspecto, continuidade às politicas de Clinton, a tal ponto que o crivo a que são actualmente submetidos os investimentos públicos federais é, genericamente, muito menos apertado do que na Europa.
Ainda assim, o facto é que os diques que protegiam a cidade de Nova Orleães ruíram, e que o líder dos Republicanos na Câmara dos Representantes sustentou que a reconstrução da cidade não é uma responsabilidade do Governo federal.
4.9.05
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário