O sistema Adriaanse já está mais ou menos visto: consiste apenas e só em mandar toda a gente para a frente e em dizer-lhes para rematarem muito à baliza.
O resultado é que o FC Porto está a ficar parecido com o Sporting da época passada. Faz um jogo bonito, deslumbra os adeptos, recolhe os aplausos da crítica - mas, no fim, perde.
"Ah, e tal, tiveram azar", diz-se. O segundo golo do Rangers foi faltoso, o Prso deveria ter sido expulso, o FC Porto falhou golos fáceis e, ainda, por cima, teve que jogar quase um quarto de hora com um jogador a menos.
Pois é, se o FC Porto tivesse um marcador de categoria, teria ganho 5-3, em vez de perder 2-3. Alternativamente, se tivesse uma defesa decente, ganharia por 2-0, em vez de perder 2-3. O facto é que, efectivamente, não tendo nem uma coisa nem outra, não pode jogar como se tivesse.
Os três jogos anteriores para a Liga nacional não foram assim tão diferentes do de ontem. O FC Porto sofreu dois golos contra o Naval, e percebe-se que tem competência para encaixar sempre uns quantos perante qualquer adversário medianamente atrevido.
Por outro lado, precisa de pelo menos vinte remates para fazer um só golo. Isto é assim porque o treinador lhes manda rematar sempre que puderem, em vez de lhes recomendar que trabalhem os lances primeiro.
Este FC Porto é uma equipa estouvada. Joga com entusiasmo, mas sem cabeça. Como está recheada de bons jogadores, dá frequentemente espectáculo. Como é desequilibrada e o treinador se recusa a ter isso em conta, dificilmente conseguirá estar à altura das expectativas.
14.9.05
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