O resultado das eleições alemãs de ontem - o mais inconclusivo do pós-guerra - mostra até que ponto é difícil conquistar o eleitorado com base num plataforma reformista e falando verdade, designadamente sobre os impostos.
Notem bem: as opiniões de JMF e das pessoas que pensam como ele sobre uma dada situação político-económica não são apenas opiniões a ter em conta. São "a verdade".
Por conseguinte, as eleições não servem para os eleitores escolherem o rumo que entendem ser o melhor para o seu país. Servem para sufragar ou contraditar a verdade.
Este reiterado recurso à expressão "política de verdade" traz água no bico. No fundo, o que quer sugerir é que as restantes opiniões e políticas não são, no fundo, legítimas. São "políticas de mentira".
Se estivesse menos irritado, JMF teria notado que, ao contrário do que pretende, o programa eleitoral da CDU não era de forma alguma reformista. E que, pelo contrário, o FDP, o único partido que de facto propôs reformas liberais, foi aquele cuja votação mais cresceu.
A democracia não é tão má como a pintam.
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