Um falso amigo informou-me de que, agora, já é possível registar-se marcas na internet através do site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Com a minha habitual inocência lá me lancei à tarefa. Confesso que falhei miseravelmente. A coisa revelou-se demasiado difícil para a minha competência.
Hoje, dirigi-me a um Centro de Formalidades de Empresas (a designação é infeliz, mas isso fica para outra vez) em busca de ajuda. "É muito fácil, vai ver!", anunciou-me a solícita funcionária.
Duas horas depois, ainda estávamos de volta do registo, apesar de ela ter repetidamente consultado o help-desk interno enquanto eu ía lá abaixo pôr mais moedas no parquímetro. Como não conseguíamos desencalhar o processo, pedi o impresso em papel e comecei a preenchê-lo.
Duas surpresas: 1) o impresso em papel preenche-se em 5 minutos; 2) o impresso em papel coloca muito menos perguntas do que o impresso online.
A funcionária é que não se deu por vencida. Ligou para o INPI e expôs a nossa dificuldade. De lá, responderam-lhe que era muito fácil, mas, por último, tiveram que reconhecer que também eles, os donos da coisa, não conseguiam resolver o problema.
Propuseram, então, que enviássemos por fax a informação que não fora aceite pelo sistema.
Naturalmente, eu tenho uma sugestão melhor: voltemos aos impressos de papel, que não só são mais simples como ajudam a desenvolver a indústria da celulose.
De modo que o quadro geral é este. Alguém resolveu informatizar o sistema do registo de marcas, não por que seja melhor, mas por que é mais moderno e o primeiro-ministro gosta disso.
Esta amostra de modernização não serve qualquer propósito útil, não foi devidamente testada antes de ser disponibilizada ao público e os funcionários não receberam o treino apropriado.
Resultado: uma tarefa que eu poderia ter completado em 5 minutos tomou-me - a mim e à simpática funcionária - uma manhã inteira. Espera aí, ó Europa, que eu já te apanho!
18.5.07
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