31.5.07

Um homem ponderado

O Zé boicotou enquanto lhe foi possível o avanço das obras no túnel do Marquês com evidente prejuízo para os lisboetas e o município, constatando-se agora que se tratou de uma batalha inteiramente destituída de sentido.

Mas António Barreto diz que o Zé faz falta, e António Barreto é um homem ponderado.

O Zé montou com o mano uma rocambolesca operação de escutas destinada a incriminar um empresário com ligações à Câmara Municipal de Lisboa.

Mas António Barreto diz que o Zé faz falta, e António Barreto é um homem ponderado.

O Zé revelou um insaciável apetite pela cobertura mediática, não resistindo à tentação de despejar as mais inacreditáveis patacoadas de cada vez que vislumbrava a possibilidade de aparecer mais uns segundos na televisão.

Mas António Barreto diz que o Zé faz falta, e António Barreto é um homem ponderado.

Bem vistas as coisas, é possível que António Barreto tenha razão.

O Zé faz muita falta para nos lembrar que a força política que o apoia não deve ser tomada demasiado a sério, visto que desde sempre - e já lá vão mais de 30 anos - o seu propósito central consiste apenas em disputar ao PCP o duvidoso privilégio de exercer a hegemonia sobre os destroços de um império ideológico em ruínas.

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