12.2.08
O Eixo da Asneira
O Eixo do Mal é um programa lamentável da SIC Notícias, que me tenho coibido de comentar pelo respeito que, até nova ordem, me merecem aproximadamente 2,5 dos seus participantes.
No domingo, pudémos assistir a mais uma intervenção inflamada de um tal Luis Pedro Nunes, Director do suplemento humorístico do Público, denunciando com indignação, a propósito das aventuras de Sócrates no domínio da arquitectura rural, certos blogues segundo ele alimentados por "assessores do governo".
No Corta-Fitas, Francisco Almeida Leite encheu-se de coragem e pôs o nome no boi: o tal coio de "assessores do governo" é nem mais nem menos do que o Câmara Corporativa. É evidente para qualquer pessoa que o Câmara Corporativo é um blogue alinhado pelas posições do governo, tal como o é o Causa Nossa, e também, obviamente em menor grau, o Bl-g--x-st- e vários outros.
Será isso um crime? Será sequer estranho que um executivo apoiado por mais de 40% da população seja do agrado de uma meia dúzia de bloggers? Serão as opiniões do Câmara Corporativa excêntricas ao ponto de só interesses inconfessáveis poderem justificá-las? Há, pelos vistos, quem assim pense .
Como se o nível da discussão não tivesse descido já suficientemente baixo, o Câmara Corporativa achou ontem apropriado acusar Paulo Pinto Mascarenhas, do Atlântico, que entretanto se metera ao barulho, de ter em tempos feito aquilo de que agora acusa os outros. Para ser franco, o Câmara Corporativa parece admitir implicitamente ser de facto, como pretende Luis Pedro, um canal de propaganda do governo, considerando-se desculpado pelo facto de alguns dos seus críticos mais acirrados também o terem sido no passado.
Tal como as picardias fazem parte do futebol, também algum destempero argumentativo é admissível nos blogues, desde que em doses homeopáticas. Mas tudo o que é demais é erro. Não será possível discutir política acaloradamente sem se entrar de parte a parte pela via das acusações rasteiras?
Dir-se-ia que a pobreza argumentativa que caracteriza o Eixo do Mal tende a alastrar de forma incontrolável. Dêem lá um beijinho e façam as pazes.
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