9.2.08

Serões para trabalhadores



Vejam aqui o Alfred Brendel a tocar o Impromptu nº 3 de Schubert. Sou de opinião que a grande música ganha muito em ser vista: eu, pelo menos, compreendo-a melhor assim, acompanhando as linhas sonoras cruzadas que os dedos do pianista vão desenhando sobre o teclado.

A palavra "impromptu" pretende sugerir improviso, mas é mentira - ou melhor, mentirinha - embora não mais do que muitos "improvisos" de jazz que, na verdade, foram ensaiados e repetidos um milhão de vezes antes de serem submetidos à nossa apreciação. A parte verdadeira é que Schubert, de facto, gostava muito de improvisar entre amigos, e é possível que estas peças que depois registou por escrito tenham tido origem nesses momentos de inspiração ocasional.

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