O que é uma Wunderkammer? No século XVII, as pessoas foram tomadas de uma estranha mania de coleccionar objectos raros, exóticos ou simplesmente curiosos que colocavam num quarto (Wunderkammer) especialmente arranjado para o efeito. O ponto de partida parece ter sido a recolha de objectos trazidos de países exóticos, tais como dentes de mamute, borboletas ou armas primitivas, mas também livros, objectos de culto ou peças de vestuário.
O fascínio pelo desconhecido, tanto na esfera da natureza como na da humanidade, tão típico da época, foi, sem dúvida, uma das motivações centrais do movimento.
Estas colecções privadas deram origem, quando os seus proprietários tinham meios para isso, a autênticos museus de arte, de ciência e tecnologia ou de objectos quotidianos, muitos dos quais chegaram até aos nossos dias.
A recolha e sistematização de conhecimentos e saberes, uma decorrência quase natural dos «gabinetes de curiosidades», conduziu, por sua vez, ao renascimento do espírito enciclopédico e ao aparecimento dos jornais científicos e culturais que punham em contacto todos os grande espíritos europeus.
Leibniz, uma das maiores figuras da época e uma pessoa de uma curiosidade absolutamente inesgotável, concebeu o projecto de uma enciclopédia universal que, bem vistas as coisas, antecipou em trezentos anos a world wide web. À falta de computadores e internet, correspondeu-se intensamente por carta com centenas de cientistas, matemáticos, políticos, engenheiros, historiadores, juristas, filósofos, etc.
Os seus blogues produziram, entre outras coisas, a máquina de calcular, o cálculo diferencial e a lógica moderna.
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