27.11.04

Pró e contra

Fiquei contente por ver Sócrates afirmar na sua entrevista desta semana a sua oposição à integração do gás natural na EDP, principalmente porque este imbróglio começou com o alto patrocínio de Pina Moura e contou com a cumplicidade de António Guterres. Fiquei ainda mais satisfeito por ouvi-lo dizer que a ausência de regulação de vários sectores excessivamente concentrados é um dos principais factores explicativos da fraca competitividade da nossa economia e que a desculpa de que o Estado deve favorecer o aparecimento de empresas portuguesas de grande dimensão não o comove.

Mas fiquei preocupado quando Sócrates disse que, em sua opinião, a oposição não tem a obrigação de sugerir formas de reduzir o déficite do OGE. Este tipo de afirmações deixa-me de pé atrás. É possível que, para o PS e os seus militantes, a única coisa importante seja chegar ao poder, e provavelmente estarão convencidos de que, nas actuais circunstâncias, o conseguirão mais facilmente se não fizerem muitas ondas. A mim, porém, como a muitas outras pessoas, o que interessa é saber o que farão quando lá chegarem. Já perdemos tempo que chegue com conversa da treta e o mais seguro é que, sem compromissos pré-eleitorais claros, o futuro governo PS volte a fazer mais ou menos o mesmo que fez anteriormente.

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