.
Um leitor perguntou-me há tempos numa caixa de comentários da Jugular: "Por acaso trabalha ou já trabalhou numa empresa privada?", ao que eu, por ser verdade, respondi: "Sim".
Reacção do comentador: "Extraordinário, caro João Castro. Enganei-me. Construí uma imagem a seu respeito que não corresponde à realidade. Tinha "engatilhado" uma resposta pressupondo um "não" mas agora fiquei desarmado. Só me resta meter a viola no saco e rever as minhas teorias sobre quem é quem com base no que escreve. Fiquei banzado. Chapeau."
Para ser mais exacto, eu deveria antes ter esclarecido que já fui funcionário público, já trabalhei numa empresa pública e já trabalhei em empresas privadas. Já trabalhei em empresas portuguesas e já trabalhei em multinacionais. Já trabalhei em empresas grandes, pequenas e muito pequenas. Já fui assalariado e patrão. Finalmente, já participei na criação de cinco empresas, das quais uma por conta de outrém e quatro como accionista.
Curiosamente, permaneci sempre a mesma pessoa. Não nego que essas metamorfoses alteraram (e, acredito eu, enriqueceram) o meu modo de entender as coisas, mas procurei sempre não ser escravo de uma visão exclusivamente condicionada pelos interesses inerentes a um estatuto particular.
Tampouco entendo que essa atitude seja exclusivo meu: ninguém é imune aos interesses pessoais e de grupo associados às funções que ocupa; mas a maioria das pessoas dotadas de um sentido mínimo de responsabilidade recusa deixar-se cegar por eles.
.
9.3.09
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
4 comentários:
E então, em qual dessas todas gostaste mais de trabalhar?
..."Tampouco entendo que essa atitude seja exclusivo meu: ninguém é imune aos interesses pessoais e de grupo associados às funções que ocupa; mas a maioria das pessoas dotadas de um sentido mínimo de responsabilidade recusa deixar-se cegar por eles."
que, se por mim fosse escrito, seria assim:
"Tampouco entendo que essa atitude seja exclusivo meu: ninguém é imune aos interesses pessoais e de grupo associados às funções que ocupa se bem que (infelizmente) uma minoria de pessoas dotadas de um sentido mínimo de responsabilidade recusa deixar-se cegar por eles."
Cumprimentos
David Oliveira
"...não ser escravo de uma visão exclusivamente condicionada pelos interesses inerentes a um estatuto particular."
Caro blogger, disse tudo numa simples frase !
Não sei porquê mas o conteúdo deste post fez-me lembrar a entrevista de Mário Crespo a Medina Carreira na SIC em 09/03/2009:
http://sic.aeiou.pt/online/video/informacao/mariocrespoentrevista/2009/3/mario-crespo-entrevista.htm
Porque será ? :-)
Boa João.
É verdade para ti mas a verdade é que a maioria das pessoas se deixa cegar por interesses alheios ao objectivo para que é pago.
Isto é ainda mais assim nas empresas públicas.
A responsabilidade maior é dos políticos . São sempre eles os principais instigadores da " corrupção"
Enviar um comentário