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O Bloco de Esquerda boicota a recepção no Parlamento ao Presidente de Angola argumentando tratar-se de um líder despótico e corrupto não-eleito.
Pode-se discutir interminavelmente a situação política angolana, mas não se pode negar que há lá hoje mais liberdade do que há dez ou vinte anos atrás. Admitamos, para evitar polémicas, que se trata de uma tirania com nuances.
Ora bem, se as pessoas não se recordam, eu lembro: o Bloco descende em linha directa da UDP, e a UDP manteve sempre uma relação de grande compreensão em relação ao MPLA enquanto Angola permaneceu governada por uma tirania sem nuances.
O Bloco mudou de roupagem para se adaptar aos novos tempos, mas, até hoje, nunca repudiu sem ambiguidades a ideologia dos seus pais fundadores. O que determinou então a viragem de atitude em relação ao estado angolano?
Só vejo uma explicação: o Bloco prefere tiranias sem nuances a teorias com nuances.
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2 comentários:
A amálgama entre as antigas posições de cada uma das partes que deram origem ao Bloco e as posições do Bloco já não é muito séria: para se entenderem, de algumas das suas antigas posições pró-albaneses e trotskistas (aliás antigamente tão discordantes) devem ter prescindido. Mas, descontando isso, podia-se talvez dizer que "o Bloco" prefere tiranias com ideologia a tiranias sem ideologia. Suspeito que o João Pinto e Castro também.
A posição do Bloco face à visita do Presidente de Angola é demagógica. A do JPC é demagogia e meia.
Estás muito caridoso hoje, Ivan.
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