21.8.03

Os mais pobres dos pobres. As principais vítimas da recente vaga de incêndios foram, por regra, populações isoladas, maioritariamente idosas, economicamente ligadas a uma agricultura de subsistência em vias de extinção, cujos parcos haveres, casas, culturas, animais e apetrechos, foram inteiramente consumidos pelas chamas.

Estes fogos aceleraram a decadência deste modos de vida e de produção já ameaçados e condenados prazo. Pode-se dizer, numa perspectiva friamente economicista, que os incêndios apena executaram uma sentença que já fora ditada há longo tempo. São estes os vencidos da modernização económica do país.

Trata-se, porém, de pessoas indefesas, cuja capacidade de reacção e recuperação é, por razões financeiras e culturais, praticamente nula. E o mais certo é que, passada a momentânea excitação das televisões, daqui a uns meses ninguém vai sequer querer saber o que elas vão comer.

Não é surpreendente, para não dizer chocante, que o Partido Socialista e a oposição em geral não tenham nada a dizer e a propor sobre isto?

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