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A filosofia de Willard V. W. Quine (1908-2000) tomou como ponto de partida o positivismo lógico de Rudolf Carnap.
Quine considerava a ciência a única forma de conhecimento aceitável. Quanto à filosofia, como bom positivista, só a aceitava como parte integrante do esforço da ciência para compreender o mundo.
Apesar disso, não hesitou em afirmar que aquilo que existe depende da teoria científica que se adopta, doutrina a que deu o nome de "relativismo ontológico". Tal opinião decorria da sua tese da "indeterminação da tradução", segundo a qual a tradução dos termos de uma linguagem noutra é sempre imperfeita, pelo que se perde sempre alguma coisa quando se passa de uma para outra.
Nestas circunstâncias, é possível a existência de duas teorias alternativas igualmente capazes de dar conta de um conjunto de factos observados que, ainda assim, são irredutíveis uma à outra.
Conclusão: "Em matéria de sustentação espistemológica, a diferença entre os objectos físicos e os deuses é de grau e não de espécie". Todavia, a preferência pessoal de Quine ia para o fisicalismo, segundo o qual os factos físicos são todos os factos que existem e todas as mudanças que ocorrem podem ser reduzidas a mudanças físicas.
Por conseguinte, o relativismo não é algo de exterior à actividade científica, mas um ponto de vista que emerge do interior da reflexão da própria ciência acerca dos seus propósitos, métodos e instrumentos.
(Para conhecer o pensamento de Quine, consultar Ontological Relativity ou a síntese da sua filosofia contida em Pursuit of Truth. Porém, para entender como estes problemas ocorrem na prática da investigação científica, a principal referência continua a ser o Against Method de Paul Feyerabend.)
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25.1.09
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