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A guerra, como lembrava o outro, é um pedaço de metal a penetrar um pedaço de carne. É por isso que eu gostaria de ser pacifista; mas não posso, porque reconheço que há guerras justas, justificadas pelo direito à legítima defesa.
Aceitar que uma guerra é justa não implica, porém, apoiar todas as acções militares desencadeadas no seu âmbito ou negar que possam ter sido cometidos crimes de guerra. O bombardeamento de Dresden na 2ª Guerra Mundial não foi decerto justificado, e é provável que possa ser classificado como criminoso.
Repugna-me o mal-disfarçado entusiasmo belicista com que alguns acompanharam o mais recente episódio do conflito israelo-palestiniano, como se estivessem a assistir a um combate no Coliseu romano. Mas não me indispõe menos a atitude daqueles que só acham condenável a violência sobre vítimas inocentes quando a sua autoria pode ser imputada a Israel.
Caladas as armas, não restam dúvidas de que, mais uma vez, os palestinianos saíram derrotados de um confronto armado que os seus dirigentes provocaram. Sendo óbvio para toda a gente que assim teria que acontecer, cabe perguntar que obscuros interesses serviram os lançadores de rockets sobre o território de Israel.
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18.1.09
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