17.11.03

A cegueira no posto de comando

Já o disse uma vez, e repito: independentemente do modo errado como tudo começou, a guerra do Iraque é agora também a nossa guerra. Ou seja, partindo do princípio de que o regresso de Saddam ou algo parecido não é uma opção aceitável, é indispensável que as Nações Unidas e os principais aliados dos EUA se envolvam e tomem conta do assunto.

Uma das principais dificuldades (não a única, certamente), é que Bush deseja antes de mais evitar perder a face. Isso coloca-nos perante um cenário muito negativo: daqui até às eleições americanas e à eventual queda de Bush, se nada inverter o curso dos acontecimentos, nem os aliados do EUA vão querer comprometer-se com tropas no terreno, nem a ONU vai querer assumir a direcção política da operação.

O resultado será a degradação da situação militar, desembocando muito provavelmente numa guerra civil generalizada, que é aquilo que os adeptos de Saddam estão a tentar provocar.

Neste momento, as principais potências agem como se não estivessem conscientes deste perigo. Em particular, os aliados europeus dos EUA comportam-se como se tivesse alguma importância continuarmos infindavelmente a discutir se houve ou não justificação para a «guerra preventiva».

Grossa asneira.

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