Para grande desgosto da família, Bill Gates abandonou o curso a meio, porque o que verdadeiramente lhe interessava era ser mais rico do que o pai.
Anos depois, comprou por tuta e meia uma versão primitiva do MS-DOS a um infeliz que desconhecia que ele ia revendê-la à IBM.
Mas a equipa da IBM encarregada do desenvolvimento do primeiro PC não tinha orçamento para pagar um sistema operativo. Caridosamente, Gates aceitou receber apenas uma certa verba por cada computador vendido.
O MS-DOS era uma coisa básica, complicada e repelente para os utilizadores. Só em 1995 é que a Micrososft conseguiu finalmente oferecer um interface equivalente ao que o Apple Macintosh pusera no mercado 11 anos antes.
A Microsoft não inventou nem o processador de texto, nem a folha de cálculo, nem... nem nada. Limitou-se a fazer produtos idênticos aos existentes, a embrulhá-los no Office e a colocá-los dentro de cada PC vendido.
Depois, foi só ver o dinheiro a pingar.
Gates visionário? Em 1994, a primeira edição do seu livro "The Road Ahead" não menciona sequer a internet. No ano seguinte, ela explodiria. Como a Microsoft não tinha um browser, limitou-se a copiar o Navigator da Netscape, a chamar-lhe Internet Explorer e a juntá-lo ao Windows.
A falta de perspicácia da IBM no início dos anos 80 ofereceu de bandeja à Microsoft o monopólio virtual no mercado de sistemas operativos para computadores pessoais.
É claro que o monopólio da Microsoft facilitou em certa medida a vida aos consumidores, na medida em que os dispensou de fazerem escolhas para as quais não estavam preparados. Mas muita gente acredita que, no longo prazo, essa situação retardou a inovação.
Um dos aspectos mais absurdos da informática actual consiste no facto de ser mais fácil procurar um documento na internet do que dentro do nosso computador. Essa simples constatação dá-nos a medida do que está errado com o Windows.
Em conclusão, Bill Gates deve a sua fortuna ao facto de ser um hábil e duro negociador com um apurado sentido da oportunidade. O seu forte nunca foi a inovação, mas a capacidade de tirar partido comercial das inovações criadas por outros.
1.2.06
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