O Economist desta semana faz notar, num artigo intitulado "A numbers racket" inserido na sua secção "Finance and economics" que a informação económica divulgada pelos media tem sistematicamente iludido o público acerca da alegada disparidade entre o crescimento dos EUA e da zona Euro em favor dos primeiros.
Segundo as primeiras estimativas publicadas, os EUA cresceram 3,1 % ao ano entre 1999 e 2004, contra apenas 1,5% na Europa. Mas os dados finais, após revisões, revelam um quadro muito diferente: afinal, os EUA apenas cresceram 2,8%, ao passo que a Europa cresceu 2%. Além disso, o diferencial positivo a favor da América é inteiramente devido à distinta dinâmica populacional das duas regiões. Logo, o PIB per capita terá crescido exactamente ao mesmo ritmo na Europa e nos EUA.
Mas há mais: como os EUA usam uma metodologia de cálculo do produto (o chamado índice dos "preços hedonistas") que tende a sobrestimar o seu valor em relação ao europeu, estima-se que o PIB per capita da zona euro deverá na realidade ter crescido mais 0,5% do que o americano.
Estes factos são conhecidos há muito tempo. Eu próprio já aqui os mencionei. A novidade consiste no facto de uma publicação como o Economist, usualmente tão empenhada en gabar a superioridade do sistema americano, se decidir finalmente a prestar-lhes alguma atenção.
19.2.06
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