23.2.06
Chamar os bois pelos nomes
A propósito das auditorias realizadas pelo Tribunal de Contas e pela Inspecção Geral de Finanças ao Metro do Porto, disse ontem Oliveira Marques, o seu Presidente, que os relatórios produzidos são "tecnicamente medíocres e eticamente deploráveis".
Oliveira Marques fez saber que os técnicos do Tribunal de Contas faltaram a uma reunião agendada com a Administração da empresa. Além disso, notou que a emissão de "opinião, juízos de valor e apreciações qualitativas sobre actos de gestão", como frequentemente acontece nos relatórios daquela instituição, nem sequer faz parte das suas atribuições.
A propósito das críticas dirigidas aos vencimentos da Administração, profetizou que "não faltará muito tempo para vermos no Metro do Porto gestores mais baratos".
E concluiu: "No dia em que acharem que é caro, digam-me. Mas não me aborreçam. Nem pela via directa, nem pela via indirecta, seja o intermediário o Público, o Expresso, o Jornal de Notícias ou o raio que os parta."
Quem já leu os pareceres do Tribunal Constitucional ou teve conhecimento directo do comportamento habitual dos seus técnicos sabe que é verdade o que diz Oliveira Marques. Os pareceres que emitem sobre a gestão das empresas públicas não passam habitualmente de um chorrilho de tolices de amanuenses que nada entendem sobre os assuntos acerca dos quais se pronunciam.
Acontece que, achando-lhes a imprensa muito graça, esses dislates são puxados para as primeiras páginas e, atemorizando governantes inseguros, acabam por ter consequências políticas, as mais das vezes nefastas. Trata-se de uma autêntica conspiração de estúpidos.
Diz quem o conhece que o Presidente do Metro do Porto é uma pessoa notável. Ao falar onde tantos, por medo, se calam, fez-me pensar que têm razão aqueles que assim o louvam.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário