10.2.06

Pontos nos is

Ana Sá Lopes sai hoje bravamente em defesa de Freitas do Amaral no DN. Deus a abençoe pela coragem.

Mas, embora concorde com a sua preocupação essencial - não deitar achas para a fogueira quando os pescadores de águas turvas debitam exaltadas proclamações guerreiras - eu acho que, precisamente, Freitas errou porque o que disse teve o efeito contrário.

Sendo a situação complexa como de facto é, reduzir o caso às suas proporções sem todavia ignorá-lo implica que os dirigentes europeus deveriam fazer uma (e só uma) coisa: reafirmar que a liberdade de expressão não é negociável. Ponto final.

Envolvendo-se na discussão política e ideológica dos cartoons, derrapam para terreno perigoso, criam expectativas aos radicais islâmicos e prolongam a polémica. Foi por isso que também eu condenei as declarações do ministro.

Quando ao resto, Timothy Garton-Ash diz o que penso muito melhor do que eu alguma vez seria capaz de explicar:
This is not a war, and it's not going to be won or lost by the west. It's an argument inside Islam and inside Europe, where millions of Muslims already live. If reason prevails over hate, it will be because most British, French, German, Spanish, Italian, Dutch, Danish and altogether European Muslims prevail over their own extremist minorities. We non-Muslim Europeans can contribute to that outcome, by our policies abroad, towards Iraq, Iran, Israel and Palestine, and at home, on immigration, education, jobs and so forth. We can also contribute by cultural sensitivity and self-restraint, but we cannot compromise on the essentials of a free society. (...)

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