Uma votação democrática não serve para decidir quem tem razão, mas tão somente que uma pessoa, um partido ou uma opinião beneficiam a dada altura do apoio de uma maioria.
No caso da votação de Domingo, porém, é possível argumentar-se que o seu resultado contribuíu para reforçar ainda mais as razões do Sim, na medida em que demonstrou que uma fracção largamente maioritária dos eleitores apoia uma concepção ética diferente daquela que a lei ainda em vigor impunha à generalidade dos cidadãos.
Pode dizer-se - e é verdade - que mesmo as concepções minoritárias devem ser respeitadas, e que, aliás, é precisamente nisso que a verdadeira liberdade consiste. No caso vertente, porém, tínhamos uma situação especialmente grave em que as pessoas podiam ser punidas por praticarem um acto em relação a cujo carácter criminal, como agora ficou claríssimo, não existia qualquer consenso social.
É também por isso - ou seja, porque desde Domingo a questão referendada deixou sequer de fazer sentido - que podemos dizer que foi virada uma página.
13.2.07
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