4.12.07

Desprazer em conhecer

Palavras de Tiago Mendes na sua despedida do Blogue Atlântico:
"Como escrevi, há uma ‘fractura’ indisfarçável nos liberais (repito, não me refiro à Atlântico) e que com essa confusão "continuaremos a confundir liberalismo com os gestos antigos e mal reciclados dos que tudo fazem para que a liberdade não sobreviva em nenhuma das suas várias dimensões".(...)

"O que escrevi sobre o que tem escrito o André Azevedo Alves não foi motivado por "um" post dele recente, mas sim por um acumular de escritos na blogosfera que primam pelo saudosismo, conservadorismo moral e libertarianismo económico - um estado ausente que seja um menor impedimento ao "programa moral" da instituição que inspira o André. Nem a "direita sociológica" de que fala (e que ninguém lhe desdenhe a autoridade) Jaime Nogueira Pinto será tão extremista e conservadora como esta."(...)

"A ambiguidade em relação ao PNR, as tiradas boçais em relação a Pinochet, Salazar ou McCarthy, a crueldade e insensibilidade perante o sofrimento alheio (os incontáveis post dele sobre os palestinianos são exemplo disto, como seria a série anti-LGBT), os links "anódinos" sobre a ciência que talvez "mostre" que os pretos são menos inteligentes, não são "meras excentricidades" ou elementos acessórios em relação a uma posição de direita respeitável, séria, educada, bem fundamentada, coerente e intelectualmente "brilhante" que o André Azevedo Alves supostamente representa." (...)

"Não basta defender-se "menos estado" e "mais liberdades económicas" para se ser liberal ("adjectivo"), menos ainda quando as motivações para essa defesa são, em parte, oriundas de um grandioso projecto religioso. Que direita europeia respeitável é que, hoje em dia, olha para as mudanças que vão ocorrendo na economia e na sociedade daquela forma, dogmática, tão pouco compassiva e inclusiva? E não, as diferenças não se reduzem aos ditos "temas fracturantes" - apesar disso facilitar muito o contra-ataque de alguns cérebros muito pouco potentes, que, nos seus patrulhamentos, cheios de processos de intenção, quando não má criação, vêem "politicamente correcto" em tudo o que é sítio. Tratam-se de escolas liberais muito diferentes, com fundações muito distintas. São as diferenças nas raízes que importam, não podemos olhar apenas para os ramos e para as flores."(...)
Isto da direita, digo eu, não há nada como conhecê-la pessoalmente.

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