7.12.07

Estamos a progredir

O Maradona, que "não tinha percebido nada" do que o Tiago Mendes escreveu, foi finalmente iluminado com este resumo da minha modesta autoria.

Pois é, pois é: esse meu post sob forma de diálogo não pretendeu exprimir o meu pensamento sobre o assunto. Limita-se a condensar o do Tiago, de tal forma que em vários pontos reproduz frases inteiras palavra por palavra.

Por que me dei eu a esse trabalho? Precisamente para que as pessoas interpeladas pelas afirmações do Tiago Mendes não possam, com os pretextos mais diversos (falta de clareza, ataques pessoais, mania de embirrar, etc.), continuar a alegar não terem percebido o que foi dito para se furtarem ao debate.

Como, modéstia à parte, a capacidade de síntese é um dos meus pontos fortes, pareceu-me tratar-se de uma tarefa talhada à minha medida. Porém, como só ao Tiago caberá decidir se o resumo é ou não fiel ao que ele pensa, é claro que a responsabilidade do texto não pode ser-lhe atribuída.

Que tive êxito no meu propósito, eis o que parece óbvio. Não só o Maradona viu a luz, como por aqui também já houve quem entendesse. Estamos a evoluir.

Quanto ao resto, o post do Maradona não passa de um arrazoado sem propósito nem método que certamente não deixará de dispor bem quem, antes de mais, quer evitar as questões que tão oportunamente foram postas sobre a mesa.

Resumindo (cá vou eu outra vez), o Maradona só tem para nos servir o estafado e oportunista argumento da simetria: quem são vocês para criticar, se à esquerda também há tanta flor que não se cheira?

Ora a questão não é reconhecer-se que na nossa área política genericamente considerada haja posições que nos repugnam política e eticamente, mas sim saber-se se podemos e devemos calar-nos quando elas são expressas com crescente impudor. Aceitamos ser confundidos com elas? Optamos, em nome da unidade, por silenciar as divergências? Mas não correremos, desse modo, o risco de comprometer os ideais que verdadeiramente nos importam?

Estas são, a meu ver, as questões que o Tiago Mendes colocou. Muito mais determinantes do que elas, porém, foi a incomodada reacção que suscitaram. Porque demonstrou à evidência a decisão que certas pessoas tomaram de persistirem contra ventos e marés no rumo que ele veio a público criticar.

E é isso que, provavelmente, fará deste episódio um momento de viragem.

Última hora: mais gente que viu a luz.

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