6.12.07

Eles sabem-na toda

- Certa direita, embora goste de se proclamar liberal, não faz senão envergar roupas novas para disfarçar ideias e gestos antigos. O resultado é uma mistura confusa e intragável de saudosismo, conservadorismo moral e libertarianismo económico. Isto torna-se evidente na sua ambiguidade em relação ao PNR; nas tiradas boçais em relação a Pinochet, Salazar ou McCarthy; na crueldade e insensibilidade perante o sofrimento alheio; ou ainda no mal disfarçado entusiasmo perante supostas confirmações científicas da existência de raças inferiores. Não, não se trata de meras excentricidades ou de elementos acessórios em relação a uma posição de direita respeitável, séria, educada, bem fundamentada, coerente e intelectualmente "brilhante". Não basta defender-se "menos estado" e "mais liberdades económicas" para se ser liberal, menos ainda quando as motivações para essa defesa são, no mínimo, pouco claras. Que direita europeia respeitável é que, hoje em dia, olha para as mudanças que vão ocorrendo na economia e na sociedade desta forma dogmática, tão pouco compassiva e inclusiva? E não, as diferenças não se reduzem aos ditos "temas fracturantes" - apesar disso facilitar muito o contra-ataque de alguns cérebros muito pouco potentes, que, nos seus patrulhamentos, cheios de processos de intenção, quando não má criação, vêem "politicamente correcto" em tudo quanto é sítio.

- Não percebi nada...

- Eu também não. Este tipo é um chato!

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