António Costa quase se limitou, nas eleições intercalares para o município lisboeta, a pedir que lhe passassem um cheque em branco. Tudo indica que a sua ideia é voltar a pedir outro no próximo acto eleitoral.
Digo isto porque, independentemente das trapalhadas do PSD, Costa não tem de facto o direito de propor à Assembleia Municipal o recurso a um empréstimo de 500 milhões de euros (ou 400, pelos vistos tanto faz) sem primeiro esclarecer como tenciona pagá-lo.
Posso ter andado distraído, mas quer-me parecer que, passado meio ano, a nova vereação não só não nos explicou como tenciona reduzir as despesas da Câmara Municipal de Lisboa como, ao endossar o megalómano projecto de recuperação da Baixa-Chiado, parece disposta a aumentá-las ainda mais.
Já se percebeu que Costa contava com o ovo no cú da galinha. Para ser mais explícito, apostava na transferência de terrenos ribeirinhos hoje sob a alçada do Porto de Lisboa para a tutela da Câmara, antecipando receitas capazes de tirá-la do buraco financeiro em que João Soares a enfiou.
Felizmente para todos nós, essa operação revelou-se bem mais complicada do que estava planeado - e digo felizmente porque temo que a Câmara faça à beira-rio o que fez nos últimos vinte anos ao resto da cidade -, pelo que António Costa vai ter que inventar algo mais sólido.
A minha esperança é que António Costa e a sua equipa se decidam finalmente a começar a trabalhar, mas não tenho muita esperança. Estas coisas, quando começam tortas, é muito difícil irem ao sítio.
4.12.07
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