Um moralista é um sujeito implacável em relação à fraquezas alheias, mas muito compreensivo para com as suas próprias falhas. É por isso mesmo que o moralismo não deve ser confundido com o comportamento ético.
No seu editorial de hoje, o Director do Público argumenta, a propósito da patética manchete do seu jornal na 2ª feira passada:
1. Que houve mais ("Estado de São Paulo") quem se enganasse;
2. Que o seu amigo e jornalista brasileiro Alberto Dines escreveu um artigo sobre o assunto;
3. Que as críticas que recebeu são ideologicamente motivadas;
4. Que o erro cometido é inerente ao risco de fazer jornalismo;
5. Que a responsabilidade do erro foi de "um dos membros da direcção com mais experiência", não dele;
6. Que os escrúpulos do jornal têm-no inibido de comentar assuntos como a composição da futura administração da RTP ou a antecipada remodelação do Governo;
7. Que tem também evitado especular em torno do caso Maddie.
Infelizmente para o argumento de Fernandes, o caso é que o Público deu uma notícia falsa, quando poderia ter dado uma verdadeira, bastando para isso que, em vez de anunciar o pretenso resultado final do referendo, anunciasse a previsão das sondagens.
Por que não o fez? Porque se desabituou do rigor informativo. É esta, creio eu, a lição a tirar do sucedido.
5.12.07
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