Se o economista de proveta João Miranda decidisse criar uma empresa - que Deus o defenda! - seria forçado a contratar logo à cabeça um consultor para ajudá-lo a determinar o salário de equilíbrio para os diversos tipos de trabalhadores de que iria necessitar. Em seguida, pedir-lhe-ia para estimar também o produto marginal de cada tipo de trabalho para compará-lo com o respectivo custo.
Alguns consultores conseguem, com algum esforço, saber que salários são correntemente pagos, mas a descoberta do salário de equilíbrio envolveria imenso tempo e dinheiro. O mesmo se diga em relação à determinação do produto marginal do trabalho.
Admitindo, porém, que Miranda arranjava alguém capaz de executar a tarefa, precisaria ainda de saber o salário de equilíbrio no mercado de consultores para determinar quanto deveria pagar à sumidade. Mas, dado o evidente conflito de interesses, teria de contratar para isso um novo consultor, e assim sucessivamente, numa regressão ad infinitum.
De modo que a minha previsão - talvez não excessivamente surpreendente - é que João Miranda desistiria do seu projecto de criar uma empresa. Excepto se o Estado fixasse tarifas salariais para tarefas de todo o género, ao jeito de uma economia centralmente dirigida, caso em que Miranda teria mais facilidade em tomar uma decisão.
22.12.07
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