5.1.04

Descobertas de 2003

Josef Roth


Fico sempre complexado com aquelas listas dos melhores livros do ano propostas por gente conhecida, porque constato que só li velharias e que fiquei quase sempre a zero no que respeita a novas edições.

Em 2003, as minhas grandes descobertas foram Josef Roth (A Marcha de Radetzky) e Giovanni Verga (Os Malavoglia), duas surpresas absolutas vindas de dois autores há muito desaparecidos. Gostaria de dizer mais qualquer coisa sobre eles; mas, se calhar, vocês não tinham paciência.

Em contrapartida, fiquei desapontado com O Deserto dos Tártaros, do Dino Buzzatti, um escritor que há muito ansiava ler. Se calhar a culpa é minha, mas a verdade é que, entretanto, por puro acaso, também vi o filme na televisão e confirmei as razões do meu (relativo) desagrado.

Para compensar, eu, que durante décadas receei encontrar nas Meditações do Marco Aurélio mais uma chumbada de bons sentimentos (era o que sugeriam muitas apreciações críticas superficiais que tinha lido), encontrei ali um precursor do Montaigne, um homem livre que se analisa a si mesmo com total franqueza e perspicácia.

Imaginem só: um volume comprado na Feira do Livro por 1 euro! E ainda dizem que a vida está cara!

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