28.2.05

Caridade pelo Papa



João Paulo II, que há alguns anos praticamente não consegue falar, acaba de escrever um livro intitulado «Memória e Identidade».

Manuel Carvalho tem a bondade de nos chamar a atenção no Público de hoje para máximas como esta, que podem ser encontradas nesse livro: «se o homem pode decidir por si mesmo, sem Deus, o que é bom e mau, pode também decidir que um grupo de pessoas seja aniquilado».

Não vale sequer a pena lembrar que mais pessoas foram aniquiladas em nome dos deuses do que em nome de qualquer outra coisa.

Tampouco me choca que o Papa encontre defeitos nas democracias porque, sendo elas humanas, nem outra coisa seria de esperar.

O que, isso sim, acima de tudo me impressiona é o discurso de ódio e intolerância que progressivamente se radicaliza e aprofunda à medida que, subjugado pela doença, o Papa se afasta do mundo e abraça o niilismo.

Um pouco de caridade cristã, é só o que eu peço para o Papa.

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