22.2.05

Sobre a pretensa viragem à esquerda

Parece-me falsa e perigosa a ideia de que o país virou bruscamente à esquerda, dado que esta eleição foi marcada por uma série de factores atípicos.

Não há como negar que o voto de protesto contra o que estava assumiu, desta vez, uma expressão invulgarmente elevada, de que beneficiaram, em proporções indeterminadas, tanto o PS como a CDU e o BE.

É evidente que, com a actual liderança, não é de esperar que o PS se sinta tentado a radicalizar posições. Mas não é menos evidente que, com o argumento de que é isso que o eleitorado exige, a breve trecho começará a ser pressionado nesse sentido, tanto internamente, pela chamada ala esquerda, como externamente, pelo PC e pelo Bloco.

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