21.6.05

Juízo, meninos...

Dentre as muitas e desvairadas gentes que habitam esta nossa casa comum europeia, destacam-se dois povos pela sua incontível inclinação xenófoba: os franceses e os ingleses.

Reféns mentais de uma passada grandeza política e militar, acham-se ainda hoje no direito de ditar aos outros as suas normas e preferências e de incomodar com a sua empáfia toda a gente que com eles é obrigada a conviver.

Uns alimentam-se do ressentimento e de uma suposta superioridade cultural. Os outros, julgam-se ainda importantes por viverem agarrados às saias da poderosa ex-colónia transatlântica.

Uns insistem em propor à admiração universal o magarefe Napoleão. Os outros conservam sem vergonha no seu panteão de heróis nacionais o indecoroso pirata Drake.

Eles são excepcionais, diferentes, singulares, únicos, superiores. Eles são, em suma, saloios.

Estas coisas são até certo ponto normais, pois não há nação, por mais medíocre, que não se tenha considerado a si mesma, num momento ou noutro, «nobre povo, nação valente e imortal».

O mais estranho é que haja entre nós gente suficientemente tola para levar a sério tais pretensões, assumindo insensatamente a condição de francófilos ou de anglófilos, como se isso fosse qualquer coisa de que se devessem orgulhar.

Juízo, meninos, juízo!

Sem comentários: