Até à semana passada, as eleições presidenciais assemelharam-se àquelas provas ciclistas de velocidade em pista, em que, até umas escassas dezenas de metros da meta, os concorrentes se esforçam sobretudo por ficar atrás, chegando praticamente a imobilizar a bicicleta com inacreditáveis números de equilibrismo.
Eles sabem que aquele que arrancar primeiro parte em desvantagem, visto que os outros, seguindo na sua roda, poderão reservar energias para o ataque final quase em cima da linha de chegada.
Agora, de repente, tudo começou a mexer. Freitas ofereceu-se para o que for preciso. Alegre dispôs-se a concorrer. Soares pôs o dedo no ar, apesar de ninguém lhe ter perguntado nada. Sócrates não perdeu tempo, e declarou publicamente a sua preferência por Soares, sendo provável que Alegre lhe ceda a primazia e que Freitas recue.
Cavaco hesita em chegar-se à frente. Vai para férias conferenciar com a família. Quando chegar a uma conclusão, poderá ser tarde para acompanhar o ritmo de Soares.
Se o seu propósito era jogar pela certa, já perdeu. De maneira que ainda poderá ser substituído à última hora pelo falhado de maior sucesso da política portuguesa contemporânea - Marcello ele próprio.
25.7.05
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