10.11.06

Cá vamos indo



Não só sou de raciocínio lento, como ainda por cima orgulho-me disso. Ainda irei a tempo de dizer qualquer coisa sobre as eleições nos EUA?

Muita gente continua a teimar em não perceber que George W. Bush não é um republicano como os outros.

O caso não é apenas que ele tenha governado a economia no exclusivo interesse dos ricos, tornado a Casa Branca num sítio onde principalmente se congeminam negócios e cometido erros graves de política internacional - o que já seria suficientemente mau.

Trata-se de alguém a quem não repugna roer nos direitos e garantias fundamentais, que não revela a mínima consideração pela vida humana e que fala directamente com Deus.

É possível que a derrota republicana não provoque automaticamente alterações de fundo na política externa norte-americana.

Mas - e isto é o mais importante - quebrou-se uma dinâmica extremista que nos levava a todos não se sabe bem para onde, e abriu-se de novo espaço à moderação, esse bem precioso que só valorizamos plenamente quando desaparece da vida política.

E isso é muito.

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