Uma semana depois, os comentadores continuam a perguntar-se por que se decidiu Cavaco a conceder aquela entrevista naquelas circunstâncias àquele canal e àquela entrevistadora, se não tinha nada para dizer.
Cavaco Silva ainda não descobriu o que deve fazer um Presidente da República. Irá descobri-lo algum dia? A irrelevância e a inconsequência das suas iniciativas desde que tomou posse permitem que se duvide.
A pouco e pouco instala-se no país a sensação de que actualmente não há Presidente.
Ao aparecer, Cavaco quis apenas e só demonstrar que há.
Tê-lo-á conseguido? O tom desajustado da sua intervenção, justamente notado, entre outros, por Pacheco Pereira, confirma que se trata de um homem sem perfil para um cargo não executivo.
Esta necessidade de afirmação não augura nada de bom.
Neste momento, resolveu o problema apoiando o Governo sem qualquer distanciamento, o que, francamente, não é bom.
Algures no futuro afirmar-se-á opondo-se-lhe, o que poderá ser ainda pior.
Não se iludam: como o futuro se encarregará de comprovar, a instabilidade mora em Belém. A insegurança é sempre um perigo, ainda mais no titular do supremo cargo público da República.
23.11.06
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