O meu amigo Jayme Kopke surpreendeu-se muito quando, ao chegar a Portugal vindo do Brasil , recebia as mais das vezes como resposta à trivial saudação: "Como vai?" desabafos do género: "Menos mal" ou "Nunca pior". Uma vez por outra, notava ele, lá aparecia algum optimista fanático capaz de reagir com um: "Cá vamos andando".
É claro que ele reconheceu imediatamente como absolutamente desadequada - por susceptível de ser considerada provocatória - a mais usual saudação brasileira: "Tudo bem?"
"Tudo bem? Tudo bem o quê? Aonde quer chegar com essa insinuação? Como é possível alguém assegurar que está tudo bem? Só um tolo pode pensar assim. Às vezes parece que está tudo bem, mas depois, num instante, fica tudo estragado. Não podemos esquecermo-nos de que a vida é uma história que acaba sempre mal."
Esta pérola da sabedoria popular é expressa de forma lapidar na conhecida frase: "Ninguém diga que está bem."
A felicidade só pode resultar de inconsciência ou má-fé. Qualquer pessoa sensata sabe que as coisas estão mal e tendem naturalmente a piorar. Para quê iludirmo-nos?
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