Parece-me justo dizer-se que ninguém entende a política externa portuguesa, a começar pelo titular da pasta.
Mas há que reconhecer que o caso do tratado europeu é uma excepção à regra.
Ouço os comentaristas perguntarem o que acha Portugal do abandono do projecto constitucional, do fim das presidências rotativas, do reforço do poder dos grandes países, da excepção aberta ao Reino Unido a propósito da carta dos direitos fundamentais ou da abolição do princípio da livre concorrência.
Sobre todos esses e muitos outros pontos, Portugal, muito justamente, não acha nada. E faz muito bem, dado tratar-se de bagatelas que de forma nenhuma contribuem para a nossa felicidade e bem-estar.
Pelo contrário, Portugal manteve-se intransigente na posição de que era necessário um qualquer acordo a qualquer preço, única forma de assegurar que, primeiro, José Sócrates faria um brilharete presidindo à transcendente tarefa da redacção da versão definitiva do tratado e, segundo, o dito convénio seria assinado em Lisboa.
É que, como facilmente se percebe, ficará assim garantido, para maior glória da pátria, que o tratado ficará para toda a eternidade conhecido como o Tratado de Lisboa. E isso, evidentemente, é a única coisa que interessa.
Que fiquem os outros com os votos, o poder e os fundos, que nós ficaremos com a Estratégia de Lisboa e o Tratado de Lisboa. Ora toma, que é para aprenderem como se faz política externa!
25.6.07
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